Já é possível considerar que esse
foi um ótimo ano para o Sepultura: disco novo, com excelente receptividade por parte
de fãs e crítica, e muitas apresentações ao vivo! Aliás, não dá para dissociar
a banda dos palcos. Após uma elogiada apresentação no Rock in Rio, mais um show
foi confirmado na cidade de São Paulo, mais precisamente no do Clube Atlético
Juventus, na querida zona leste da cidade. O salão nobre do simpático clube da
Rua Javari, se mostrou um ótimo espaço para esse tipo de evento, e me fez
lembrar do saudoso Olympia.
O evento que estava marcado para
ter início às 21hs, teve como bandas convidadas o Face Of Death, de
Pindamonhangaba e os paulistas do Ego Kill Talent. E não muito depois da
liberação para entrada do público, o Face Of Death apresentou seu death metal
mais tradicional, aos que adentravam o recinto. Mesmo com um som abafado e em alguns
momentos inaudíveis, agradou aos presentes. Ainda tiveram tempo para tocar dois
covers: “Beber Até Morrer” do Ratos de Porão, e uma versão mais solta para “Black
Magic” do Slayer.
A próxima atração teve uma
produção mais rebuscada e a demora em subir ao palco fez com que alguns mais
impacientes começassem a reclamar. No entanto, quando os caras do Ego Kill
Talent assumiram o palco, o que se viu foi uma banda extremamente profissional
e afiada, destilando um setlist que já comprova a qualidade dos caras. Com
músicas mais pesadas e outra que flertam descaradamente com um estilo mais pop,
não deixaram a apresentação esfriar. Inclusive algo bastante inusitado
aconteceu durante a apresentação, quando Jean Dolabella, (ex-baterista do
Sepultura) e o baixista Raphael Miranda trocaram de instrumento para executar “We
All”, (iniciativa muito interessante por mostrar a versatilidade dos músicos),
e o mais legal foi que continuaram alternando os instrumentos até o final da
apresentação. É correto afirmar que o Ego Kill Talent já é uma realidade e se
houver dúvidas, basta conferir a tour dates dos caras.
Depois dessa apresentação muito
bacana e de alguns mais afoitos já começarem a gritar pela atração principal,
os preparativos no palco vão se tornando visíveis para receber Derrick Green,
Andreas Kisser, Paulo Jr. e Eloy Casagrande para mais uma apresentação de alto
nível.
E não foi diferente do imaginado.
Quando as luzes se apagaram, o bom público que aguardava com euforia a maior
banda nacional de todos os tempos, liberou toda a adrenalina para que aquele
momento fosse único. Andreas Kisser não escondia sua alegria por aquele
momento, Paulo Jr. mais contido empunhava seu baixo com segurança, Eloy
Casagrande que é um dos melhores bateristas dos últimos tempos, comprovaria
isso em mais essa apresentação. E o Derrick? Poxa, como não concordar que
estamos falando de um frontman muito acima da média? O cara é um gigante em
todos os aspectos, e esbanja um carisma peculiar. “I Am The Enemy”e “Phantom
Self”, músicas do mais novo trabalho “Machine Messiah”, foram muito bem
recebidas pelo público que já estava em êxtase!
“Kairos” do disco homônimo
manteve os ânimos elevados. O primeiro clássico da noite veio em forma de “Desperate
Cry”, musica responsável por elevar o nível de violência do mosh pit e que me fez lembrar o clipe
que passava na TV aberta em um período pré YOUTUBE. Em “Iceberg Dances”, uma
falha no cabeamento impediu que Andres executasse o solo de violão, motivo que
o deixou visivelmente contrariado, e que certamente rendeu um puxão de orelha
na equipe responsável. “Choke”, faixa do “Agaisnt”, nos faz lembrar que Derrick
está prestes a completar vinte anos a frente do Sepultura, e que vem escrevendo
uma história de respeito na banda.
Uma trinca do “Chaos A.D” fez os
ânimos ficarem ainda mais elevados com “Biotech Is Godzilla/Policia”, “Territory
e Refuse/Resist”, melhor impossível!
Já perto do final, os caras
fizeram questão de exaltar os fãs da banda, e dedicaram “Sepultura Under My
Skin” a todos que tem a “marca” no
corpo. Já o final não poderia ser outro “Roots Bloody Roots” para não deixar
nada no lugar!
O grande barato nisso tudo é ter
o prazer de ver no palco em plena forma, músicos que foram e ainda são
responsáveis por transformar a vida de algumas gerações de jovens que encontraram
no som da banda um sentido para a própria existência. Vida
longa ao Sepulnation!
Setlist - Face Of Death:
1- Killer
In The Name Of God
2- Human
Race
3- Illuminat
4- People
Of The Lie
5- New
Age
6- Ano
Dominni
7- 13
Lost Souls
8- Beber Até Morrer (Ratos de Porão)
9- Consummatum
Est.
10- Black
Magic (Slayer)
Setlist - Ego Kill Talent:
2- Sublimated
3- We
All
4- The
Searcher
5- Old
Love And Skulls
6- Heroes,
Kings And Gods
7- Still
Here
8- Last
Ride
9- My
Own Deceiver
10- TRY
(There Will Be Blood)
Setlist - Sepultura:
1- (Intro)
2- I
Am The Enemy
3- Phantom
Self
4- Kairos
5- Desperate
Cry
6- Machine
Messiah
7- Inner
Self
8- Sworn
Oath
9- Iceberg
Dances
10- Choke
11- Resistant
Parasites
12- Biotech
Is Godzilla/Policia
13- Territoty
14- Refuse/Resist
15- Arise
16- Sepultura
Under My Skin
17- Ratamahatta
18- Roots Bloody Roots
Por: Roberio Lima
Fotos: Roberio Lima
Agradecimento pelo credenciamento: Victor Braggion - AFonte! Comunica
https://www.facebook.com/FacesofDeathBand/
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