Foo Fighters dá aula de rock em São Paulo

Começo esta resenha afirmando ainda estar em êxtase pelos momentos que presenciei na noite de quarta-feira (28) no Allianz Parque, em São Paulo, no segundo dia de apresentações das bandas Foo Fighters, Queens Of The Stone Age e Ego Kill Talent.

A noite começou com a apresentação da banda nacional Ego Kill Talent. Com músicas próprias, a banda provou que veio para ficar e mostrou todo seu talento empolgando a galera que começava a chegar ao estádio.

Em seguida, o Queens Of The Stone Age assumiu o palco e levantou a galera, que ainda estava chegando ao estádio no início da noite, apresentando um setlist diferente da noite anterior. A banda apresentou seus maiores sucessos e o ponto alto veio com os primeiros acordes de “No One Knows”, sucesso do álbum Songs For The Deaf (2002).

Às 20h50, as luzes do Allianz Parque se apagaram e com o volume das guitarras no máximo, o Foo Fighters entrou incendiando o público com “Everlong” e “Monkey Wrench”, um setlist diferente do show de terça. Dave Grohl, que é um excelente frontman, anunciou que seria uma noite longa com muito rock.

A famosa “Learn To Fly” fez a galera cantar a plenos pulmões com uma emoção que, confesso, era de arrepiar! Na verdade, a apresentação toda foi de arrepiar! Como disse, Dave Grohl foi a estrela da noite: interagiu o tempo todo com a galera, contou histórias – inclusive da época em que veio pela primeira vez ao Brasil ainda com o Nirvana – brincou, deu risada de uma torre humana feita por três fãs que, segundo ele, parecia ser do Cirque du Soleil e cantou algumas canções acústicas (eu adorei essas partes, pois ficaram bem intimistas); enfim, deu um show à parte de carisma e simplicidade!

Taylor Hawkins fez uma apresentação solo de bateria se destacando dos demais – e que solo foi aquele...brilhante! Os outros integrantes foram apresentados um a um por Dave e cada um tocou um cover: o guitarrista Chris Shiflett tocou Alice Cooper, o baixista Nate Mendel, um pedacinho de “Billie Jean”, de Michel Jackson e o guitarrista Pet Smear, grande conhecido desde os tempos de Nirvana, um cover dos Ramones. Na vez de Taylor, Dave Grohl anunciou que iria chamar algum fã para tocar bateria. Nesta hora, o escolhido foi Lucas, um adolescente que estava completando dezessete anos e queria, de presente, tocar uma música com o Foo Fighters. Pedido aceito! Lucas subiu ao palco e apresentou o cover do Queen “Under Pressure” com maestria. Taylor fez os vocais para a apresentação.

Presenciamos uma viagem no tempo com os clássicos: “Times Like This”, “These Days”, “Breakout”, “My Hero”, “All My Life” e a famosa e querida “Big Me”, que, como o próprio Dave disse, era para os fãs ‘old school’. Durante a canção “The Sky Is Neighboorhood”, do novo álbum Concrete And Gold (2017), o Allianz Parque ficou tomado pelas lanternas dos celulares formando um céu estrelado. Dave se emocionou e disse que o Brasil havia sido o único país que teve essa atitude durante essa música em particular.

A banda saiu de cena e, em alguns minutos, apareceram no telão Dave e Taylor ‘conversando’ sobre se retornariam ao palco ou não para o ENCORE. Após brincar com a galera se tocariam uma, duas ou três canções, eles voltaram para finalizar com chave de ouro aquela noite memorável. A canção escolhida para finalizar as quase três horas de show foi nada mais que “The Best Of You”.

Uma noite agradável com música de qualidade, uma galera animada, novidades e surpresas que vão ficar guardadas na memória e no coração de todos que estavam presentes. Foi meu primeiro show de Foo Fighters e confesso que minha admiração por eles só aumentou depois do que vi e senti naquela noite. Como disse no início da resenha, ainda estou em êxtase só em lembrar do belíssimo espetáculo com que o Foo Fighters nos presenteou.