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19 de junho de 2018

Album Reviews - Nervosa – Downfall Of Mankind (2018)

 








Ano Lançamento: 2018
Selo: Napalm Records














 
Por: Roberio Lima


Poderia descrever em poucas palavras o novo trabalho da Nervosa, mas o ofício me dá a oportunidade de disseca-lo lentamente. "Downfall Of Mankind" é o resultado de um refinamento técnico adquirido ao longo do tempo por Fernanda Lira e Prika Amaral, e esse refinamento se materializou em um disco com composições fortes e que abordam questões relevantes da existência humana. A brutalidade cirúrgica e a ótima produção não são um mero acaso, longos períodos na estrada e tocando com bandas que diretamente influenciaram o trio deram para as meninas o aditivo necessário para que criassem um trabalho coeso e bem-acabado. Vale destacar a entrada de Luana Dametto, que substitui Pitchu Ferraz no comando das baquetas, com seus blast beats infernais deu a marcação do "fim dos tempos" no som da banda, e que aglutinado aos vocais rasgados de Fernanda Lira e aos riffs endiabrados de Prika dão contornos desesperados ao que pode ser considerada a trilha sonora do apocalipse. 

O início do disco possui uma introdução que faz a ponte entre o silêncio e a faixa "Horrordome", que já diz a que veio. "Never Forget, Never Repeat", que também foi o primeiro single do novo disco, é 'um pé na porta', e sintetiza bem o sentimento insano do álbum. Outro destaque contido na bolachinha é a faixa "Cultura do Estupro", cantada (!) em português e com participação de João Gordo, que mostra que as meninas estão antenadas ás discussões atuais. O álbum, mais uma vez conta com o respaldo da Napalm Records e, como já é tradição, nos brinda com um bônus matador que vem em forma de "Selfish Battle", o Bônus Track que traz participações de Rodrigo Oliveira (Korzus) e Michael Gilbert (Flotsam & Jetsam). Um metalzão que mostra uma faceta 'cantora' de Fernanda Lira, pois se utiliza de vocais mais limpos e melódicos.  

Já adianto que ouvir esse disco é um exercício de consciência para alguns trogloditas que insistem na ideia de que metal é coisa de macho. As meninas com esse ótimo trabalho, me fazem querer permanecer apenas como ouvinte, e está muito bom assim!

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