
Ano Lançamento: 2018
Selo: Napalm Records
Por: Roberio Lima
Poderia
descrever em poucas palavras o novo trabalho da Nervosa, mas o ofício me dá a
oportunidade de disseca-lo lentamente. "Downfall
Of Mankind" é o resultado de um refinamento técnico adquirido ao longo do
tempo por Fernanda Lira e Prika Amaral, e esse refinamento se materializou em
um disco com composições fortes e que abordam questões relevantes da existência
humana. A brutalidade cirúrgica e a ótima produção não são um mero acaso, longos
períodos na estrada e tocando com bandas que diretamente influenciaram o trio
deram para as meninas o aditivo necessário para que criassem um trabalho coeso
e bem-acabado. Vale destacar a entrada de Luana Dametto, que substitui Pitchu
Ferraz no comando das baquetas, com seus blast beats infernais deu a
marcação do "fim dos tempos" no som da banda, e que aglutinado aos vocais
rasgados de Fernanda Lira e aos riffs endiabrados de Prika dão contornos
desesperados ao que pode ser considerada a trilha sonora do apocalipse.
O
início do disco possui uma introdução que faz a ponte entre o silêncio e a
faixa "Horrordome", que já diz a que
veio. "Never Forget, Never Repeat", que
também foi o primeiro single do novo disco, é 'um pé na porta', e
sintetiza bem o sentimento insano do álbum. Outro destaque contido na
bolachinha é a faixa "Cultura do Estupro",
cantada (!) em português e com participação de João Gordo, que mostra que as
meninas estão antenadas ás discussões atuais. O álbum, mais uma vez conta com o
respaldo da Napalm Records e, como já é tradição, nos brinda com um bônus
matador que vem em forma de "Selfish
Battle", o Bônus Track que traz participações de
Rodrigo Oliveira (Korzus) e Michael Gilbert (Flotsam & Jetsam). Um metalzão
que mostra uma faceta 'cantora' de Fernanda Lira, pois se utiliza de vocais
mais limpos e melódicos.
Já adianto que ouvir esse disco é um exercício
de consciência para alguns trogloditas que insistem na ideia de que metal é
coisa de macho. As meninas com esse ótimo trabalho, me fazem querer permanecer apenas
como ouvinte, e está muito bom assim!
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