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22 de outubro de 2018

Killing Joke – Carioca Club – 23/09/2018

Foto: Roberio Lima

Antes de mais nada, tenho que confessar: jamais imaginei que pudesse conferir Jaz Coleman e seu Killing Joke comemorando quarenta anos de história em território brasileiro. E vale ressaltar aqui o envolvimento dos produtores responsáveis pela vinda da banda, pois mesmo sendo uma formação “cult” e nunca tendo se apresentado por aqui, ainda assim, esses fatores não seriam garantia de comparecimento do público. Além disso, dois eventos importantes aconteceriam na cidade, quase que de forma simultânea: falo do Destruction, que fez um show concorridíssimo na região central da cidade, e a reunião da formação original do Shaman, festejado grupo brasileiro que já tinha esgotado os ingressos no sábado e teve como data extra o domingo.

As proximidades do Carioca Club não davam sinais de que haveria um grande público. Pouquíssimas pessoas na porta da casa e nenhuma fila. A recompensa para esses que chegaram cedo, foi que ao chegar na casa para a passagem de som, Jaz Coleman atendeu alguns fãs, tirando fotos e dando autógrafos. Só isso já deu um panorama muito positivo para os mais ansiosos. O show que estava marcado para as 19hs do domingo não teria banda de abertura, e ao adentrar a casa de shows, os poucos que chegavam, já iam se posicionando o mais próximo possível do palco. Uma certa angústia que incomodava no início, foi se transformando em ansiedade ao mesmo tempo em que os espaços da casa iam sendo ocupados por personagens que pareciam transportados diretamente de algum pub londrino dos anos oitenta. 

Foto: Roberio Lima

O público já estava ansioso quando eis que Jaz Coleman, Geordie Walker, Paul Ferguson e o baterista Martin “Youth” Glover, finalmente subiram ao palco para encerrar uma espera de quarenta longos anos. “Love Like a Blood” poderia fechar o show de forma apoteótica, mas foi escolhida como número de abertura, e serviu como uma espécie de hino, entoado em uníssono, por fãs incrédulos! O crítico musical Regis Tadeu já tinha cantado a bola em sua coluna semanal “É Show ou É Fria”, onde dizia que: “a banda derreteria os cérebros presentes na plateia”. Não deu outra!!
E o show seguiu com “Ess” e “Auto Zone”, mas ainda era difícil de acreditar que o que estava acontecendo era real. Jaz Coleman é um frontman único, seus gestos e sua marcha recorrente impõe o ritmo da apresentação, sem forçar a barra, o cara domina a audiência. Quando mandaram “Eigthies” (que algum desavisado pode acusar de plágio de “Come as You Are” do Nirvana), o Carioca Club veio abaixo! Quantas cartas ainda poderiam ter na manga? Para ser mais objetivo, foram dezessete clássicos que deixaram boquiabertos os que escolheram o show dos londrinos para finalizar o penúltimo domingo de setembro. 

Gastão Moreira, outro entusiasta da banda, afirmou que não há trabalho ruim na discografia do Killing Joke. Depois desse show, tenho que concordar com o mestre, pois ouvindo aleatoriamente alguns discos da fantástica discografia do Killing Joke, chego à conclusão que seria necessário acrescentar mais umas trinta canções ao setlist, para não ser injusto com nenhum álbum da banda. 

Foto: Roberio Lima

Para mim, já está entre os cinco melhores shows do ano e aposto que a grande parte dos que estiveram no Carioca Club, compartilham da mesma opinião. Vamos torcer para que não demorem mais quarenta anos para voltar...


Setlist: 

Love Like Blood 
Ess
Auto Zone 
80’s 
New Cold War
Réquiem
Follow The Leader 
Bloodsport
Butcher
Loose Cannon
Labyrinth 
Corp Elect
Asteroid 
Wait
Psyche
S036
Death



Por: Roberio Lima

Agradecimento pelo credenciamento: Márllon Matos - Lex Metalis Assessoria / EV7 Live

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