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28 de setembro de 2019

Setembro Negro Festival - Carioca Club – São Paulo (SP) - 07/09/2019 (Segundo Dia)

Foto: Bullino.Inc

O segundo dia do Setembro Negro Festival, reservou um cast bastante variado: Grindcore, Thrash, Black, Stoner/Doom e o Death Metal, foram estilos que deram as cartas no sábado. Com uma programação mais abrangente que no dia anterior, a casa estava programada para abrir as 13h. 
Infelizmente não conseguimos chegar a tempo de conferir as  apresentações do Baixo Calão e Expose Your Hate, mas como podemos constatar posteriormente, os dois shows foram bastante elogiados pelos que chegaram cedo na região de Pinheiros.

Antes do Full Of Hell entrar no palco, pude perceber que já haviam seguidores da banda aguardando pela entrada dos americanos. Inclusive muitos vestindo camisetas da banda. De repente uma sonoridade doentia toma conta do Carioca Club, que a partir dali teve a atenção totalmente direcionas para o palco. Com uma sonoridade que mistura grindcore, noise e Death metal, os americanos de Maryland, fizeram sua estreia no país, e pelo que vi no rosto dos que acompanhavam o arregaço, a banda não decepcionou(o vocalista parecia sofrer ataques epiléticos). Sons como “Burning Myrrh” e “Digital Prison” ,foram executadas de forma caótica para deleite de um público estarrecido. 

O Uada seria a próxima atração do dia, e mesmo sendo uma das mais novas formações do festival, atraiu os olhares de boa parte dos que já se faziam em bom número na pista do Carioca. Seu black metal denso e sombrio chamou a atenção do público. Todos os integrantes se utilizam de capuz e não mostram nenhuma parte do rosto. Foram quarenta minutos de uma apresentação muito elogiada por parte do público e imprensa especializada.

Administrar o fôlego nessa verdadeira maratona, estava se tornando um enorme desafio, mas em poucos minutos seria a vez da lenda do Brutal Grindcore finlandês dar as cartas no palco do Carioca Club. O Rotten Sound, formado em 1993  na cidade de Vaasa, tomou de assalto a audiência para entregar uma das performances mais virulentas do festival. Impressionante o que se via e ouvia, com rodas e mais rodas que se formavam por amantes do som rápido e sem frescuras. A performance dos caras teve o efeito de um “soco na fuça”, daqueles em que a vítima nem viu de onde veio. 

Foto: Bullino.Inc

O Monolord provavelmente foi a a que mais destoou das outras bandas. Com seu Stoner classudo, fizeram sua estreia no país, e não só os paulistas estavam empolgados com o o show do trio. Conheci pessoas vindas de Recife (PE) e de Belém (PA), que compareceram ao festival somente para ver o show dos caras. Não posso negar que para mim também foi um momento muito especial, pois adoro o tipo de som reproduzido pelos suecos. O show em si foi rápido e o set contou apenas com 6 musicas. “Lorde Of Suffering” e “Bastard Song” foram muito festejadas pela audiência. O ritmo arrastado e o clima setentista impregnou o local a ponto de muitos interagirem em um mesmo movimento de pescoços, girando lentamente de um lado para o outro. Foi a única apresentação do Power trio pela América do Sul, mas não tenho dúvidas que voltarão com um show individual e com ainda mais seguidores. 

Foto: Bullino.Inc

O Necrophobic veio diretamente da Suécia para “acariciar” o público com seu Death/Black metal técnico e agressivo. A apresentação foi muito elogiada pelo público e a iluminação utilizada foi um deleite para os fotógrafos que faziam a cobertura do show. A produção de palco foi realmente um dos grandes destaques da apresentação. Não poderia ser diferente, pois a banda já está na estrada a mais de trinta anos. Foi uma bela(!) apresentação desses que são uma das grandes referências do Black Metal. 

Foto: Bullino.Inc

Agora vamos falar a verdade, como é bom testemunhar lendas do Death metal em ação! O Vomitory proporcionou uma ‘aula magna’ do estilo e deixou todos que estavam estáticos em frente ao palco boquiabertos. Só restava naquele momento’ banguear’ e reverenciar a história da banda, que está comemorando 30 anos de carreira. Sem duvidas, uma tacada sem do na cabeça dos desavisados... ‘tijoladas’ como “The Voyager” e “Perdition”, foram algumas das pérolas que integraram a trilha sonora do apocalipse. Difícil descrever com exatidão o estrago causado pelos suecos.

Foto: Bullino.Inc

Se o thrash metal deu as cartas na primeira noite do festival, no sábado o roteiro não foi diferente. E  para encerrar a segunda noite mais uma lenda do estilo foi escalada para estourar tímpanos e provocar hematomas. Ninguém menos que o Demolition Hammer foi o responsável por encabeçar o dia em que só tivemos atração de alto nível. A dúvida que pairava no ar, seria a respeito do que poderíamos aguardar dos tiozinhos . Até porque tiveram um longo hiato até a decisão de reativar a banda. Foram mais de vinte anos de “pausa” e a curiosidade por parte dos fãs era justificável. 
As dúvidas cessaram, assim que Steve Reynolds (baixo e vocal), James Reilly (guitarra) iniciaram o set com a “Skull Fracturing Nightmate” do álbum “Epidêmic Of Violence”. A partir daí, qualquer qualquer dúvida que houvesse, não teria mais sentido. O arregaço no palco foi a tônica da apresentação. Na sequência mandaram “Neanderthal” do clássico debut “Tortures Existence”. O “circle Pit” comeu solto de forma ininterrupta. Os adjetivos para descrever a sequência de pauladas, vai rareando a medida em que a emoção por testemunhar ‘In loco’ tamanha barbarie sonora. 
Derek Sykes (guitarra) e Angel Cotte (bateria) completam a formação que  “pôs fogo” na pista do Carioca Club. A dobradinha final veio com “Aborticide” e “44 Caliber Brain Surgery” que teve o efeito esperado entre os que deliravam com a apresentação. 

O balanço do segundo dia deixou ainda mais explícito o trabalho da organização do festival. Pessoas de varias partes do país e de outras regiões da América do Sul, conferindo as apresentações e confraternizando entre si. Esse foi um dos grandes acontecimentos do evento, e  que deve ser registrado com entusiasmo. Esse que vos escreve sabia que ainda teríamos o último dia do festival para conferir, por isso, ao final da segunda noite, corri para minha casa com o objetivo de tomar um banho e recuperar algumas horas de sono. Afinal a parte derradeira do festival prometia atrações quentíssimas. Enquanto a ansiedade ia se materializando com maior intensidade raro leitor, a água quente já batia em um corpo em frangalhos, imaginando como seriam as apresentações do Midnight, Incantation, Monstrosity.


Por: Roberio Lima

Agradecimento pelo credenciamento: Luciano Piantonni - Lanciare Comunicação

Fotos gentilmente cedidas por: Bullino.Inc

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