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20 de novembro de 2023

Roger Waters - Allianz Parque - São Paulo/SP

Foto: Marcos Hermes


Roger Waters - Allianz Parque - São Paulo/SP - 11 de novembro de 2023


Por Daniel Bianchi e Ramires Almeida (AM Produtora)

Fotos: Marcos Hermes


Excursionando com a turnê “This Is Not A Drill”, o polêmico Roger Waters entregou um grandioso espetáculo para pouco mais de 40 mil fãs naquela que promete ser sua última tour mundial. O eterno “cabeça” por trás do Pink Floyd encerrou sua passagem pelo Brasil com uma dobradinha de shows em São Paulo no último final de semana (11 e 12 de novembro).

Marcado inicialmente para às 20h, o show teve um leve atraso intencional, visto que nesse horário ainda havia muitas pessoas nos arredores do Allianz Parque acessando as entradas. Como é comum em peças de teatro, Roger Waters preparou mensagens numa espécie de contagem regressiva para o show, que eram exibidas nos enormes telões alocados por todo o palco. 

Ao último aviso, a mensagem ainda trouxe um toque de sarcasmo e cinismo dizendo que aqueles que se sentissem incomodados com as posições políticas dele, podiam “dar o fora e ir ao bar”. Claramente, fazendo alusão a grande confusão causada em sua última passagem por aqui, em 2018.

O show inicia com fortes estrondos de trovões e chuva que estremeciam todo o corpo. Nesse momento já era possível perceber que a parafernália sonora não estava para brincadeira! A primeira música escolhida para abrir o set foi “Comfortably Numb”, porém, tocada em uma versão mais “exótica”, quase que acústica. Apesar de causar certa estranheza e não contar com um dos solos mais emblemáticos da história do rock, foi impossível não se impressionar e emocionar com a imponência causada por essa abertura.

Foto: Marcos Hermes

Foto: Marcos Hermes


Aliás, falando em estranheza nas músicas, esse foi um ponto que acompanhou outros momentos do show. Algumas versões mais curtas dos grandes clássicos desapontaram levemente uma parte do público, como por exemplo “Another Brick In The Wall” que teve apenas um verso, mas mesmo assim empolgou e muito a platéia. Outra música que ganhou uma versão não tão empolgante foi “The Bravery of Being Out of Range”, que ficou com uma roupagem mais amena e suave, diferente do peso e pegada mais rock and roll da sua versão original. 

Passeando ainda pelo repertório da primeira parte do show (sim, Sr. Waters costuma dividir suas apresentações em dois atos), “Have A Cigar” tocada á lá original trouxe uma aura de nostalgia, com seu riff marcante e solos de tirar o fôlego. Na sequência “Wish You Were Here” emocionou a todos com um dos mais belos timbres de violão já vistos no rock, sua letra densa e um refrão cantado a plenos pulmões por mais de 40 mil fãs.

Logo após essa dupla certeira, infelizmente, presenciamos um verdadeiro “crime” cometido em “Shine On You Crazy Diamond”. Em mais uma de suas versões experimentais, transformou seus mais de 25 minutos mágicos em míseros 5 ou 6 minutos… Alguém poderia avisar nosso querido Roger que em time que ganha não se mexe… Mas brincadeiras a parte, não deixou de ser um grande momento. 

Encerrando o primeiro ato da noite, “Sheep”, uma das músicas mais legais do clássico “Animals” fechou o set, com um balão enorme de ovelha inflável passeando pela pista.

Após um intervalo de aproximadamente 20 minutos, foi a vez do famoso porco voador invadir a pista e dar início ao segundo ato do show com as pesadas “In The Flesh” e “Run Like Hell”. Um retorno pra ninguém botar defeito! 

Mesmo com canções muito boas em sua carreira solo, não podemos negar que a maioria esmagadora do público estava lá para curtir as músicas do Pink Floyd. E foi um grande presente quando tivemos uma sequência de 5 clássicos da banda: “Money”, um dos maiores sucessos de “The Wall”, com seu toque ácido e um solo de sax de tirar o chapéu, e uma quadra perfeita de “Us and Them”, “Any Colour You Like”, “Brain Damage” e “Eclipse”, sucessos do divisor de águas “The Dark Side Of The Moon”. Foi impossível não se emocionar nesse momento.

Já se encaminhando para a reta final do show, com as energias mais baixas, Roger Waters surpreendeu e tocou uma faixa do controverso álbum “The Final Cut” (um dos meus preferidos, diga-se de passagem). “Two Suns in the Sunset” ganhou uma bela versão ao vivo, acompanhada de uma animação que mostrava o fim do mundo. Muito interessante!

Fechando a apresentação já em um formato acústico (e com uma parte da plateia deixando o estádio para evitar o tumulto do final), “The Bar” e “Outside the Wall” marcaram a despedida do querido octogenário dos palcos brasileiros. Pelo menos é o que ele diz… 

Como sempre, os shows de Roger Waters são uma verdadeira aula de produção e imponência! Controverso ou não, polêmico ou não, seu legado musical irá perdurar por mais muitos e muitos anos. 

Foto: Marcos Hermes

Foto: Marcos Hermes


Repertório:

Comfortably Numb

The Happiest Days of Our Lives

Another Brick in the Wall, Parte 2

Another Brick in the Wall, Parte 3

The Powers That Be

The Bravery of Being Out of Range

The Bar

Have a Cigar

Wish You Were Here

Shine On You Crazy Diamond (Partes 6 a 9)

Sheep

Início do segundo ato – In the Flesh

Run Like Hell

Déjà Vu

Déjà Vu (reprise)

Is This The Life We Really Want?

Money

Us and Them

Any Colour You Like

Brain Damage

Eclipse

Two Suns in the Sunset

The Bar (reprise)

Outside the Wall



Agradecimento à FleishmanHillard, 30E e Bonus Track pelo credenciamento e Allianz Parque pela atenção.

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