Camisa de Vênus - Teatro Bradesco - São Paulo/SP - 1º de dezembro de 2023
Por Otavio Juliano – Instagram @showsbyotavio
Fotos: Otavio Juliano
O festivo mês de dezembro começou de forma divertida para quem foi ao Teatro Bradesco na última sexta-feira. Era dia de celebrar os 43 anos da banda Camisa de Vênus, liderada pela figura icônica e controversa de seu vocalista Marcelo Nova.
Sem se preocupar com as opiniões divergentes, Marcelo sempre falou o que quis e deixou bem clara sua crítica ao chamado “politicamente correto”, destacando já desde o início seu prazer em estar novamente neste teatro da capital paulista, considerado por ele “o melhor lugar para tocar”.
Com acústica privilegiada, é sempre mesmo muito interessante assistir a shows no local, que acabou por não lotar dessa vez, mas contou com um bom e fiel público. Aos gritos de “bota pra fudê” (nome da música da banda), o Camisa de Vênus abriu a noite com “Gegê, Cadê Getúlio?”, canção do mais recente disco “Agulha no Palheiro” (2021) que conta com ótimos riffs de guitarra (daqueles que dá vontade de “cantarolar” junto com a música).
Nova ainda aproveitou para lembrar que o referido álbum foi gravado durante o período de pandemia e criticou nominalmente o ex-governador João Dória por determinar que as pessoas ficassem em casa, deixando claro ainda que seu discurso não se referia à disputa Lula X Bolsonaro, pois não haveria o que escolher entre um canalha e um imbecil, segundo suas próprias palavras.
Interagindo a todo momento com a plateia, Marcelo Nova e banda foram ovacionados em diversas ocasiões, especialmente durante a execução de clássicos do Rock nacional como “Só o fim”, “Hoje” e “Simca Chambord”, cantados com bastante empolgação pelos fãs.
Foto: Otavio Juliano |
Aliás, ao falar sobre fazer música no Brasil, o vocalista destacou como é “Punk Rock” tocar Rock n` Roll neste país, antes de introduzir “Deus Me Dê Grana”, quando elogiou sua banda, chamada de a “melhor do planeta”, e ainda anunciou o nome de Celinho “Cadillac” como sendo o “motor do trem” do Camisa de Vênus.
Com trabalhos de estúdio que fazem parte da história do Rock brasileiro, ao vivo as canções da banda ficam igualmente ou ainda mais interessantes, afinal ir ao show do Camisa de Vênus e não se divertir é impossível.
O próprio Marcelo Nova se rendeu à versão de “Passatempo” tocada na noite de sexta-feira, classificando-a como melhor até que a original, mesmo depois de tanto sem tocá-la. A polêmica “Silvia” já vinha sendo pedida aos gritos pelo público, mas só ao final que a banda a executou.
O vocalista contou que voltou a colocá-la no repertório justamente depois das “lacrações e cancelamentos” que surgiram na pandemia, lembrando que teve até show cancelado por conta disso (trata-se, na verdade, de um encerramento prematuro de um show da banda em Ilhabela, cidade cujo prefeito teve o mandato cassado por improbidade administrativa dias depois do ocorrido – Nova inclusive fez questão de lembrar desse fato durante sua fala).
“Eu não matei Joana D’Arc” ficou para o grande final e fez o público literalmente se levantar e ir à frente do palco cantar com a banda. A agitação tomou conta do teatro e uma noite do bom e velho Rock nacional foi encerrada com aquela sensação de “quero mais”.
Banda:
Marcelo Nova - vocal
Drake Nova - guitarra
Leandro Dalle - guitarra
Robério Santana - baixo
Célio “Cadillac” Gouster - bateria
Foto: Otavio Juliano |
Setlist:
Gegê, Cadê Getúlio?
Dançando na lua
Bota pra fudê
Gotham City
Deus me dê grana
Ferro e Fogo
Pastor João e a Igreja Invisível
O Lado Errado Do Trilho Do Trem
Simca Chambord
Agulha no Palheiro
Passatempo
Hoje
Silvia
Só o Fim
Eu não matei Joana D’Arc
Agradecimentos à Agência Taga e Teatro Bradesco pela atenção e credenciamento.
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