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Foto: Fabricius Costa |
Por Fabricius Costa
O festival Capital Moto Week, nato de Brasília e que ocorre anualmente no Parque Granja do Torto, tem como sua principal faceta a paixão por motos e por música ao vivo. O festival conta com diversos palcos, praças de alimentação, bares e ativações de marcas parceiras.
Além disso, entre aceleradas de moto e os gritos das plateias, existe uma parte que movimenta muitas vidas de pessoas que se mantém financeiramente graças a eventos dessa magnitude.
Para além dos espaços centrais do evento, a cidade da moto conta com diferentes locais voltados para o comércio de vendedores, muitas vezes autônomos, que têm a oportunidade de utilizar o festival como vitrine para o seu trabalho. E se o maior encontro de motociclistas da América Latina vibra com energia, é porque há uma base humana que movimenta esse processo e segura tudo com garra.
Na edição de 2025, conversei com diferentes personagens dos bastidores desses espaços de venda, cada um com uma realidade, mas com o mesmo ponto em comum: conquistar espaço, remuneração e visibilidade para um público gigantesco que perpassa o evento.
Explorando a estrutura do evento durante os dez dias de festival, é possível perceber três grandes espaços onde expositores encontram sua vitrine. São eles: BSB Mix, Expositores do Brasil e Lady Bikers, cada um com características próprias, públicos diferentes e histórias que merecem ser contadas.
O BSB Mix, por exemplo, fica localizado logo atrás do palco principal e traz de Brasília para o evento a proposta de movimentar o mercado alternativo dando oportunidade para lojas de todo o Brasil de pequeno à grande porte. Por lá encontrei desde joias, camisetas e discos de vinil até produtos de tabacaria e foi nessa loja que me encontrei com a história de um vendedor que mudou a própria vida graças às oportunidades abertas pelo evento, o artista e comerciante Sant.
Sant é artista da periferia do DF e sabe o que é construir algo com as próprias mãos.
Foto: Fabricius Costa |
Durante uma conversa com ele pude encontrar uma linda história de superação e de gratidão com o evento e com os organizadores da feira BSB Mix.
Ele conhece bem o Moto Week. Durante a conversa, compartilhou que já esteve ali como funcionário, limpando chão e carregando caixas, mas este ano, com brilho nos olhos e orgulho no peito, ele ocupa o espaço com a sua própria tabacaria. Um estande que também vende camisetas autorais voltadas ao público roqueiro e alternativo que chama atenção dos que passam pelo local.
“Ano passado eu tava aqui limpando o chão ‘tá ligado?’ Agora tô aqui com a minha marca, com meu trabalho, mostrando quem eu sou. Só tenho a agradecer, na real!”, diz, com orgulho do espaço que conquistou com suor.
Para além da loja e do crescimento no comércio, Sant é artista. Apaixonado pela dança e pelo contato com a arte produzida nas periferias do Distrito Federal, ele carrega em sua trajetória uma vivência intensa com a cultura urbana. Antes mesmo de empreender, já transitava por espaços culturais independentes, batalhas de dança e eventos alternativos, sempre buscando um lugar para se expressar e ser reconhecido. Sua presença no Moto Week é também um gesto de afirmação: ele ocupa com orgulho um espaço que nem sempre esteve aberto para artistas como ele.
No espaço BSB Mix, lojistas pagam um valor ao festival e têm direito a um espaço de venda para todos os dias de evento. Não é preciso ser de Brasília para participar e a divulgação para os interessados começa meses antes do início da feira. A curadoria é responsabilidade dos donos do projeto BSB Mix e vale destacar a variedade de produtos por lá, Sant, por exemplo, é a única tabacaria do espaço.
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Foto: Fabricius Costa |
Mais do que vender, Sant enxerga no Moto Week uma oportunidade de visibilidade e crescimento profissional que só foi possível graças a seu suor e às portas abertas do festival para espaços como esse.
Foto: Fabricius Costa |
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