Quem deu play em "Heroes" para relembrar David Bowie na última segunda-feira, dia 11, não estava sozinho. Serviços de streaming como Spotify e Napster identificaram um aumento de 1777% e 7000%, respectivamente, na execução das músicas do artista. No Brasil, o single sozinho teve um aumento de 3630%. Entre as mais ouvidas ainda estão, na sequência, "Let's Dance", "Life On Mars", "Absolute Beginners", "Ashes To Ashes" e "Blue Jean". O single homônimo de Blackstar e a recém-lançada "Lazarus" também ganharam destaque.
No Reino Unido, onde Bowie nasceu, 14 álbuns entraram para o Top 40 do iTunes nas últimas horas. Lançado dois dias antes de sua morte, "Blackstar" trilha o caminho do primeiro lugar, que será revelado nesta sexta, dia 15. Nos últimos dias o álbum vendeu mais de 90 mil cópias. Três coletâneas estão entre as mais ouvidas, "Best Of", que lista hits entre 1969 e 1974 está em 13°, "Best of Bowie" está em 27° e os álbuns de estúdio "The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars" e "Hunky Dory" ocupam o 19° e 20° lugar.
Tim Lefebvre, integrante do Tedeschi Trucks Band que tocou baixo em todas as faixas do último álbum de David Bowie, "Blackstar", falou sobre o artista. Em entrevista à Rolling Stone EUA, ele compartilhou as reações iniciais à morte do músico – no último domingo, dia 10, após uma batalha contra um câncer – e descreve como foi passar um tempo em estúdio com a lenda do rock and roll.
"Agora você consegue entender melhor do que "Blackstar" trata. Eu sabia que David estava doente, mas não a esse ponto. Ele nos fez entender que estava debilitado. Não percebemos. Quando ele cantava, quando ele tocava, ele tinha força e uma impulsão real. Estou chocado", comenta. "Ele criou este álbum sabendo que iria morrer e ele nunca se deixou levar até o fim. É o testamento dele, a parte final do legado dele, um presente final para todos nós. Você consegue perceber a generosidade desse artista imenso? Nós frequentemente somos tão cheios de autopiedade; e nesse meio tempo David trabalhou, dando tudo de si com um sorriso, apesar da doença."



Fonte: Rolling Stone Brasil