Paulo
Ricardo se apresentou na festa Nova Retrô, na noite da última
sexta-feira (23), em São Paulo. O evento promovido pela rádio Nova
Brasil FM, lotou no Audio Club, que contou também com show da banda
Rádio Taxi.
No palco, o vocalista do RPM interpretou
clássicos de seu grupo, além de promover o intitulado “Novo Álbum”,
lançado recentemente pela Universal Music.
Antes da performance, Paulo Ricardo
conversou com exclusividade para o site Ligado á Música sobre o novo trabalho, também a
respeito de sua participação como jurado no programa “Superstar”, e deu
sua impressão sobre o cenário atual do rock.
LIGADO À MÚSICA: Novo disco, nova turnê, nova banda. Queria que você falasse desse conceito do “Novo Álbum”.
PAULO RICARDO: Com muito tempo de
carreira as pessoas sempre se perguntam se vai lançar alguma coletânea
ou tudo tende a virar em torno dos antigos sucessos. Então, eu quis
deixar claro que é um novo trabalho, com músicas inéditas. É um momento
raro onde o novo CD não é apenas mais um CD, é realmente uma fase nova,
com banda nova, novo parceiros. Voltei para a Universal [Music] depois
de muitos anos, novo empresário, filhos pequenos. É uma nova fase tanto
na vida pessoal, quanto na profissional, e isso é muito revigorante,
rejuvenesce a gente. Inclusive, dá um pique de começo de carreira mesmo.
LIGADO À MÚSICA: Você falou de filhos novos, inclusive tem uma música dedicada à Isabela, né?
PAULO RICARDO: Tem, a primeira música
foi para a Isabela e o filho do meio, o Luis Eduardo, que está na capa
do disco. Então, é uma coisa nova mesmo, de vida nova, de gente nova.
Mas sem deixar de lado toda a história que está presente nos shows.
LIGADO À MÚSICA: O novo show têm versões de John Lennon e David Bowie. Você quis realmente fazer um tributo a esses artistas?
PAULO RICARDO: Na verdade, eu fiz essa
versão de “Imagine” para a novela “Estrela-Guia” que foi um grande
sucesso e está praticamente em todo o show. O Bowie é uma grande
influência, um cara que eu sempre ouvi muito, mas a morte dele em
janeiro me fez optar por realmente incluir uma música, e aí é uma
homenagem mesmo.
LIGADO À MÚSICA: Acompanhei sua trajetória no programa “Superstar”, sempre com opiniões sensatas. Como foi essa experiência?
PAULO RICARDO: Eu fui jornalista, fiz
jornalismo e trabalhei por quatro anos como crítico de rock fazendo
biografias. Eu que fiz o projeto das biografias pôsteres que foi um
grande sucesso nos anos 80. Fiz Stones, Led Zeppelin, Kiss, Queen, Black
Sabbath e tal. Nesses quatro anos até morar em Londres como
correspondente e depois voltar para montar o RPM, eu desenvolvi
naturalmente um olhar crítico e profissional a respeito da música.
Enfim, do contexto todo de cada gênero, de como as coisas acontecem, as
influências e tal. E depois, naturalmente, ao me profissionalizar como
músico, eu tinha, eventualmente, um outro convite para escrever, na
Folha, enfim. E quando o Boninho me fez o convite para ser jurado, eu
fiquei muito contente porque seria uma oportunidade de eu juntar o lado
crítico, teórico, do conhecimento da música, com a vivência do artista
como um profissional. Enfim, com todos os percalços e as coisas boas de
uma carreira. Então, uniu o útil e o agradável. É um prazer muito
grande, uma responsabilidade, mas muito gostoso porque é um programa que
abre espaço para novas bandas. Isso é fundamental.
LIGADO À MÚSICA: Pelo que viu no programa, como você encara o atual cenário do rock?
PAULO RICARDO: Eu acho muito
estimulante, muito promissor, as bandas são incríveis. Eu costumo dizer
que não é um programa de calouro, são só profissionais mesmo, então
arrebentaram. Eu fiquei surpreso, porque depois que você fica mais
velho, se casa, têm filhos, você deixa de ir atrás, né. Você não tem
mais aquela disponibilidade de ir na noite, nos lugares que mostram
novas bandas, e vai perdendo um pouco do contato. Enfim, é uma fase.
Você espera que as bandas cheguem até você e muitas vezes isso não
acontece. No “Superstar” você tem aquelas bandas ali, uma atrás das
outras, e eu fiquei muito surpreso no ano passado com a qualidade das
bandas Scalene, Supercombo, Scambo. E esse ano eu acho que melhorou
ainda mais com Plutão, Valente, Bellamore, Playmobille. Acho que está
havendo uma efervescência muito grande e acredito que a qualquer momento
vai haver uma nova explosão do rock”.
Foto: Marcos Chapeleta
Fonte: Ligado à Música
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