Bob Dylan, cantor e compositor norte-americano de clássicos como
“Blowin’ in the Wind” e “Like a Rolling Stone”, é o vencedor do prêmio
Nobel de Literatura de 2016. A notícia foi recebida com surpresa: no
ambiente geralmente formal, ouviram-se gritos e aplausos na sala onde a
porta-voz da Academia Sueca, Sara Danius, fez o anúncio nesta
quinta-feira, dia 13, em Estocolmo.
Danius disse que Dylan foi agraciado por ter “criado novas expressões
poéticas dentro da grande tradicional canção americana”. Ela ainda
traçou paralelos entre a obra dele e a dos poetas gregos Homero e Safo.
“Eles faziam poesia para ser ouvida e para ser apresentada com
instrumentos. Nós lemos Homero e Safo e gostamos até hoje. É o mesmo com
Dylan. Ele pode ser lido, deve ser lido, e é um grande poeta da língua
inglesa. E ele faz isso se reinventando constantemente”.
Além de compositor e pintor amador, Dylan tem 30 livros publicados. É
autor, entre eles, do livro “Tarântula”, uma coletânea de poesias que
ele lançou em 1966 e que foi publicada no Brasil em 1986 pela Editora
Brasiliense. Também já lançou sua autobiografia, “Crônicas Vol. I”, que
chegou no Brasil em 2005.
Selo criado pela Academia Sueca para o Nobel de Literatura de 2016 para Bob Dylan
Junto com o prêmio, o autor ganha também 8 milhões de coroas suecas
(cerca de R$ 3,7 milhões). Dylan, que completou 75 anos em maio, é o
primeiro americano a ganhar o prêmio desde 1993, quando Toni Morrison
levou o título.
Embora o nome de Dylan tenha sido cotado para o prêmio há vários
anos, ele não estava entre os favoritos nas atuais bolsas de apostas –a
liderança era do japonês Haruki Murakami junto ao sírio Adonis e o
romancista queniano Ngugi wa Thiong’o. Os norte-americanos Don DeLillo,
Philip Roth e Joyce Carol Oates também estavam entre as apostas.
Ganhador de dez prêmios Grammy, um Oscar e o Príncipe das Astúrias
das Artes em 2007, Dylan foi eleito em 2004 pela revista norte-americana
“Rolling Stone” o segundo melhor artista de todos os tempos, atrás
apenas dos Beatles.
Dylan –que tem quase 40 discos lançados– segue em plena atividade e
tem feito, desde 1988, uma média anual de cem apresentações –o maior
intervalo foi de apenas três meses.
Fonte: UOL
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