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18 de novembro de 2021

De Papo Com... Ratos de Porão

Foto: Clayton Clemente


Nosso amigo, CEO da Pedrock Press e colaborador Big Rock, Pedro Pellegrino, bateu um papo com o baixista do Ratos de Porão, Juninho.

Eles conversaram sobre a história do Ratos, atualidades e, claro, sobre os shows que acontecerão nos próximos dias na nova casa Iglesia, em São Paulo.



Big Rock: Vocês estão promovendo um novo conceito de shows temáticos aqui no Brasil, que não é muito habitual. Em cada um desses cinco shows que abordam 5 álbuns diferentes da banda, além de tocarem o disco inteiro, terão algumas surpresas no setlist da banda?

Juninho: Esses shows serão exclusivos para o aniversário de 40 anos do Ratos. escolhemos os 5 primeiros disco porque acreditamos que são os mais clássicos e a história toda não faria sentido sem eles. Nesses discos estão os maiores clássicos e é onde a banda se firmou no cenário hardcore punk metal mundial. Além do setlist tocando os discos na íntegra, cada noite iremos tocar algumas músicas a mais, obviamente dos discos que seguem a história após esses 5 primeiros. os ensaios estão rolando e estamos montando ainda isso pra ver como se encaixa bem ao show.



Big Rock: Juninho, 17 anos depois que você entrou para essa banda que é uma instituição do rock brasileiro, qual é o seu sentimento?

Juninho: O sentimento é sempre de estar certo na hora certa, e foi o que aconteceu comigo lá em 2003, onde comecei meus trabalhos com os caras e de lá pra cá a coisa foi concretizando bem. Todos do RDP já conheciam minhas outras bandas, então foi mais fácil por esse lado, sabiam que eu já tinha um corre a alguns alguns, já havia rodado bem, feito tours dentro e fora do Brasil. O lance até hoje ainda é muito especial e eu sou muito grato por essa conquista, já já completo 20 anos nessa história!

Arte: Mauro Landim


Big Rock: Ratos de Porão, o Brasil vive tempos tenebrosos com tudo o que está acontecendo em nosso país, o punk/hardcore/metal/crossover continua sendo a nossa válvula de escape?

Juninho: Nossa história nunca melhora nesse país, as coisas ficam piores ou menos piores, essa que é a real. a realidade do terceiro mundo é muito cruel, saber que temos a possibilidade fácil de vivermos tranquilamente com menos diferenças sociais e problemas básicos é muito triste. A música nos ajuda muito, fazendo ou escutando, ela funciona como válvula de escape, nos direciona a caminhos que te fazem sentir vivos, e é aqui que nossa vida segue, nesse meio incrível que é na verdade uma comunidade mundial que se comunica muito bem e todo mundo se ajuda.



Big Rock: A banda surgiu em 1981, naquele tempo ninguém entendia o que vocês faziam aqui no Brasil, quando vocês iam gravar um disco, os produtores e técnicos de som achavam que vocês eram uns ETs (rs). Quarenta anos depois, como foi gravar o novo álbum no Family Mob?  

Juninho: Essa parte é realmente muito complicada. No passado a música extrema, o hardcore punk sempre foram umas aberrações para os técnicos de gravação.
Em nenhum momento da história você encontra bandas como essas de referência para profissionais da área, então sempre você se da de frente a um desafio, que é querer passar sua visão sonora pra uma pessoa que não concorda tecnicamente com aquilo.
Até os dias de hoje é difícil achar pessoas assim abertas para realizar um trampo responsa, sabe? O Family Mob é um estúdio que começou com essa ideia, as pessoas que construíram o estúdio vieram desse meio do barulho, portanto é fácil se expressar ali e tentar botar em prática ao máximo nossas ideias musicais.
Esse disco que estamos gravando agora é o segundo lá no Family Mob. Em 2014 fizemos o 'Século Sinistro' lá, então já nos sentimos em casa, é um ótimo ambiente.

Arte: Mauro Landim



Big Rock: Se vocês pudessem escolher três álbuns do Ratos da extensa discografia da banda para um cara ou uma mina que está entrando agora no rock and roll, quais discos vocês indicariam?

Juninho: Para uma pessoa nova eu recomendaria nessa ordem: 'Século Sinistro', depois o 'Brasil' e por último o 'Crucificados pelo Sistema'.
São discos bem diferentes, mas começar com um trabalho atual é a melhor forma para comunicar com o público novo, uma sonoridade mais moderna e tal. Depois vamos pelos clássicos, voltar no tempo e fazer a pessoa sentir a diferença que todos esses anos fizeram com a música, e chegar até o início de tudo, acho que assim funcionaria bem.




Ratos de Porão na internet:






Por: Pedro Pellegrino

Agradecimento: Tedesco Comunicação e Midia

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