Álcool e Creatures - 74 Club - São Paulo/SP - 18 de outubro de 2024
Por: Alexandre Veronesi
Fotos: Alexandre Veronesi
No dia 18 de Outubro de 2024, sexta-feira, Santo André foi palco de uma digna celebração ao Heavy Metal em seu estado mais puro, que contou com as bandas ÁLCOOL e CREATURES - uma cortesia da produtora Heavy Records, há muitos anos trabalhando arduamente em prol da nossa tão estimada cena underground.
O lugar escolhido para o evento foi o 74 Club, bar de Rock que facilmente figura entre os melhores do ABC Paulista, tendo uma configuração bastante peculiar (principalmente por se tratar de uma residência adaptada), cujo espaço ostenta um porãozinho muito legal e com excelente acústica, local este onde rolam os shows.
Passados poucos minutos das 21hs, teve início a apresentação dos paranaenses do CREATURES. Na ativa desde 2019, o grupo hoje é composto por Mateus Cantaleäno (guitarrista e único membro original), Marc Brito (vocal), Ricke Nunes (baixo) e CJ Dubiella (bateria), e pratica uma sonoridade 100% calcada no Hard 'n' Heavy oitentista, com referências que vão desde a New Wave Of British Heavy Metal, até o cenário "glam" da famigerada Sunset Strip (Los Angeles) daquela década.
Na ocasião, foram executados sons do primeiro e até então único full-lenght dos caras, o autointitulado "Creatures" (2021), tais quais "Satan's Finest", "Children Of The Moon", "Dressed To Die", "Lightning In My Eyes" e o tema instrumental "End Of The Line" - que se revelaram ainda mais eletrizantes e poderosos nas mãos do atual line-up - ao lado dos singles "Danger" e "Nothing Lasts Forever" (esta também presente no disco de estreia, mas que ganhou uma regravação no último mês de Setembro), além de um empolgante cover da ultra clássica "Burn" - nem preciso dizer de quem, certo?! - e uma breve sessão iniciada por meio de insanos solos de guitarra, que culminaram em uma jam de pegada deliciosamente 'bluesy', com a entrada dos outros dois instrumentistas.
Por fim, seria um sacrilégio não destacar a performance do quarteto: obviamente, a estética dos anos 80 está toda ali, tanto no âmbito visual quanto em aspectos de postura de palco, todavia, isso por si só não seria o suficiente caso a banda não mostrasse de fato a que veio: a energia emanada por eles é gigante, partindo da cozinha rítmica de Ricke e CJ, mas especialmente por parte do irrequieto Cantaleäno e do frontman Marc, que mesmo alegando estar doente no dia, não deixou que isso afetasse o seu ótimo desempenho. Um belíssimo show, sem sombra de dúvidas!
Setlist:
01 - Satan's Finest
02 - Children Of The Moon
03 - Danger
04 - Dressed To Die / Burn [Deep Purple]
05 - Nothing Lasts Forever
06 - Solo de guitarra / Blues jam
07 - End Of The Line
08 - Lightning In My Eyes
Foto: Alexandre Veronesi |
Chegava então o momento no qual a limpidez daria espaço para a sujeira e a grosseria - no melhor dos sentidos, é claro! Lucas Chuluc (vocal e guitarra), Fabrício Hanoi (guitarra), Pedro Cavichiollo (baixo) e Jeff M. Romão (bateria) formam o ÁLCOOL, conjunto paulistano de Speed/Thrash Metal que está na estrada desde 2016, já havendo atravessado diversas mudanças em seu line-up ao longo dos anos, porém sempre capitaneado pelo frontman Lucas, líder e um dos fundadores do projeto.
'Curta, rápida e letal', essa combinação de palavras resume bem o que foi a apresentação. Com pujança e extrema ferocidade, a banda entregou competentemente tudo aquilo que é proposto, de forma a contagiar a audiência completa, que como não poderia deixar de ser, bateu cabeça furiosamente durante todo o tempo, passando a impressão de que não teríamos um amanhã.
Muito embora o grupo esteja com um álbum recém-lançado na praça, o brutal "Templo do Horror" (2024), o show prestigiou principalmente os fãs antigos, tendo como mote o EP de estreia, "Selvagens da Noite", disponibilizado naquele mesmo ano da fundação, e aqui executado em sua totalidade. Isso posto, foram destilados petardos infernais do calibre de "Iremos Lutar", "Conjuração" e "Extermínio", mais "Falsos Heróis" e "A Oferenda" - ambas extraídas do "Alta Velocidade", play de 2019. Provenientes do atual registro, o quarteto mandou "Sangue no Altar" (regravada para o novo álbum, mas que está originalmente no EP), a faixa-título "Tempo do Horror", e uma violenta releitura de "Princesa do Prazer", canção renegada dos pioneiros da Dorsal Atlântica, responsável por encerrar o set dos caras em grande estilo.
Setlist:
01 - Sangue no Altar
02 - Iremos Lutar
03 - Conjuração
04 - Extermínio
05 - Selvagens da Noite
06 - Falsos Heróis
07 - A Oferenda
08 - Templo do Horror
09 - Princesa do Prazer [Dorsal Atlântica]
Foto: Alexandre Veronesi |
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