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17 de janeiro de 2025

Left to Die - Fabrique Club - SãoPaulo/SP

Foto: Alexandre Veronesi 


Left to Die - Fabrique Club - SãoPaulo/SP - 12 de janeiro de 2025


Por: Alexandre Veronesi

Fotos: Alexandre Veronesi 


O legado deixado por Chuck Schuldiner ao Heavy Metal mundial é absolutamente imensurável. Idealizador da banda Death e um dos grandes pioneiros do dito "Metal extremo", Chuck ajudou a moldar, através de sua obra, as tendências da música pesada a partir da segunda metade dos anos 80, ainda mais se considerarmos o fato de que cada novo trabalho lançado pelo irrequieto músico trazia diversas inovações técnicas e criativas, assim sendo até o final de sua vida, precocemente ceifada por um tumor cerebral em 2001, quando o mesmo tinha apenas 33 anos.

Homenageando exclusivamente a era oitentista - composta por "Scream Bloody Gore" (1987) e "Leprosy" (1988) - o LEFT TO DIE é notoriamente o segundo maior tributo ao Death no mundo, pelo menos em termos de popularidade (ficando atrás apenas do Death To All, de Steve DiGiorgio e Gene Hoglan), e para o regozijo dos brasileiros órfãos de Schuldiner, a banda aportou pela primeira vez em nosso país neste início de 2025 para uma série de apresentações, encerrando o seu giro por terras tupiniquins em São Paulo, no Fabrique Club, que recebeu um ótimo público na noite de 12/01 - até porque, todo mundo adora um bailinho da saudade, não é mesmo?!

Pontualmente às 19h30, o time estelar formado por Matt Harvey (vocal e guitarra, membro das bandas Exhumed e Gruesome, ex-Repulsion), Rick Rozz (guitarra, ex-Death e Massacre), Terry Butler (baixo, Obituary e Inhuman Condition, ex-Death, Massacre e Six Feet Under) e Gus Rios (bateria, Gruesome, ex-Malevolent Creation) tomou o palco ao som da poderosa trinca inicial do disco "Leprosy": a faixa-título, "Born Dead" e "Forgotten Past", causando logo de cara um verdadeiro frenesi na pista do Fabrique. Na sequência, o simpático frontman questionou se gostaríamos de voltar ao "Scream Bloody Gore", o icônico álbum de estreia, e mediante a efusiva resposta positiva da audiência, o quarteto mandou, de forma crua e visceral, "Infernal Death" e "Sacrificial".

Foto: Alexandre Veronesi 


No que tange a execução, a palavra chave é irretocável. Além de Rozz e Butler, que são mais do que familiarizados com as canções por motivos óbvios, Rios é o estereótipo perfeito de baterista para o sub gênero Death Metal 'old school', munido de agressividade e precisão na medida certa; e Matt Harvey realmente encarna aquele Chuck da fase reverenciada, especialmente na voz (de uma semelhança assombrosa), mas também em suas linhas de guitarra - conforme citado anteriormente, ambos integram a banda Gruesome, e quem conhece sabe exatamente qual é a principal influência dos caras.

Com a revelação de que o "Leprosy" seria apresentado em sua totalidade, vieram "Open Casket", "Primitive Ways" e "Choke On It", sucedidas pelas ainda mais rústicas "Torn To Pieces" e "Regurgitated Guts", ocasião na qual o vocalista solicitou que fosse aberto o maior 'mosh pit' da noite, pedido este que foi prontamente atendido por seus súditos. Entrávamos na reta final do show, e como era de se esperar, para este bloco foram reservados os temas mais apoteóticos, iniciando com o som que dá nome à banda, "Left To Die", e então a faixa mais conhecida do primeiro full-lenght, "Zombie Ritual" (aqui, a correia da guitarra de Harvey se desprendeu logo nos primeiros acordes, obrigando-o a tocar estático por toda a música, com o instrumento apoiado na perna), que encerrou o set regular com os músicos rapidamente deixando o palco. Após alguns minutos, o grupo retornou para o 'bis' com "Scream Bloody Gore" e, finalmente, a catártica e espetacular "Pull The Plug", que teve o seu refrão bradado a plenos pulmões por todos os presentes. De acordo com o protocolo, a atuação teria terminado assim, mas perante os incessantes e desesperados pedidos por "Evil Dead", os quatro retomaram suas posições e destilaram com fúria a derradeira música do 'debut album' do Death, extraindo as últimas gotas de energia do privilegiado público paulistano.

Após 80 minutos de sincera brutalidade, o LEFT TO DIE deixa o Brasil com sua missão cumprida, e a todos com uma certeza: o imortal legado de Chuck Schuldiner está em mãos altamente competentes e sendo muito bem cuidado, de maneira a ser passado adiante com dignidade e 100% de respeito.

Que grande show para começar 2025!

Foto: Alexandre Veronesi 


Setlist:

01 - Leprosy

02 - Born Dead

03 - Forgotten Past

04 - Infernal Death

05 - Sacrificial

06 - Open Casket

07 - Primitive Ways

08 - Choke On It

09 - Torn To Pieces

10 - Regurgitated Guts

11 - Left To Die

12 - Zombie Ritual

13 - Scream Bloody Gore

14 - Pull The Plug

15 - Evil Dead


Agradecimento a Estética Torta pelo credenciamento e Fabrique Club pela atenção

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