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15 de abril de 2019

Pussy Riot traz revolução punk a São Paulo no dia 20 de abril

Foto: Divulgação

O pertinente ativismo do coletivo Pussy Riot aos poucos extrapolou as fronteiras da terra natal, a Rússia. Mesmo antes de ganhar espaço nos noticiários de todo o mundo por ter realizado uma intervenção artística no campo de futebol onde aconteceu a final da Copa do Mundo, o grupo já fortalece pelo globo suas posições contrárias a governos autoritários e ao sexismo. Não à toa é a atração principal do festival Garotas à Frente, que a Powerline realiza no dia 20 de abril (sábado) no Fabrique Club, em São Paulo, ao lado de mais uma série de atividades relacionadas ao ativismo e feminismo.

O Garotas à Frente é um festival multimídia que celebra a participação ativa das mulheres em todos os âmbitos da sociedade. Mais do que feministas, as mulheres de hoje são seres políticos que reivindicam e ocupam os lugares que escolhem no mundo, questionando papéis de gênero tradicionais, posições de trabalho onde são minoria e se expressando sem pudores através de moda, cultura e artes. O festival terá shows, exposição e workshop de produção de lambe e stêncil ministrado pelas garotas do Girls Rock Camp Brazil.

O evento leva o nome do livro que será lançado pela Powerline, Garotas à Frente, tradução do livro Girls To The Front de Sara Marcus que conta a cena riot girl americana encabeçada pelo Bikini Kill. No dia também rolará o lançamento do livro Read and Riot, da Nadya Tolokonnikova, umas das fundadoras do Pussy Riot.

Quanto as russas do Pussy Riot, sua apresentação mistura arte e letras anti-Pútin, anti-indústria farmacêutica, pró-liberdade de decisões sobre o próprio corpo, entre outros temas, cantadas furiosamente sobre bases sampleadas de músicas punk. A banda Bikini Kill, que criou e liderou o movimento Riot Grrrl nos anos 90 é, declaradamente, a grande fonte de inspiração, muito embora suas bases não estejam no repertório. O show de abertura será da banda Sapataria, de São Paulo.

Outra atração será a oficina de stencil e lambe do Girls Rock Camp Brasil, um acampamento de férias musical para meninas de 7 a 17 anos, de Sorocaba. As fantásticas Mathiza e Simone Siss vão orientar as participantes no processo criativo e produção e as obras feitas no dia serão expostas no local. A oficina é gratuita, acontece das 15 às 17 horas, e não dá acesso aos shows do festival. Todas as vagas já estão preenchidas.

O Fabrique também abrigará uma exposição, com ilustrações, lambes, tirinhas, grafites e contará com artistas como Atóxico/ Renata Nolasco, Solar Shana Precária e Jane Herkenhoff. A Renata Nolasco (Atóxico / Renata Nolasco) será uma das participantes. Coincidentemente, sua primeira publicação foi o fanzine “Grrrls to The Front: Manifesto Riot Girl Ilustrado” no Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) em 2015.

Outro nome da exposição é a arte das Guerrilla Girls, um coletivo de arte fundado em 1985 e uma das principais vozes contra o preconceito no cenário artístico. Elas repensam o lugar da mulher na arte questionando a presença de artistas mulheres em grandes instituições de arte e museus pelo mundo. Em 2017, ganhou uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).

Sobre o livro Garotas à Frente:

Escrito pela jornalista Sara Marcus, ela própria parte da brigada de riot grrrls que se espalhou pelos EUA nos anos 90, o livro Garotas à Frente: Como realmente aconteceu a revolução Riot Grrl conta, com riqueza de pesquisa e entrevistas, a história do movimento criado por Kathleen Hannah e Tobi Vail, do Bikini Kill, durante a terceira onda do feminismo, batizada de “revolução ao estilo das garotas” ou Riot Grrrl.

Estão lá também outras bandas como o Bratmobile, o Heavens to Betsy, o embrião do Sleater Kinney, a relação das Bikini Kill com o Nirvana, a admiração do Ian MacKaye por elas, além de trazer um recorte das algumas dezenas de milhares de zines que circularam pelos EUA nos anos 90. O livro é sincero, e além de relatar uma trajetória de sucesso se aprofunda nas dificuldades encontradas pelas meninas, as discordâncias internas e eventualmente, em como o Girl Power foi cooptado pela mídia e pela indústria, ao mesmo tempo amplificando e abalando o ethos original.

O relato dinâmico de um movimento criado por garotas com paciência zero para o sexismo e nenhuma intenção de manter o silêncio.

Garotas à frente não é apenas um documento histórico do movimento Riot Grrrl, que deu início à cena punk feminista e DIY, mas também uma inspiração tremenda para uma nova geração de garotas rebeldes e empoderadas.” 
— Vanity Fair

O feminismo parece mudar a cada cinco anos. É difícil compreender o movimento. Mas você não precisa de todo o tempo do mundo para capturar a ideia e a energia dele, e o livro de Sara Marcus canaliza aquilo que você precisa para o transformar em algo seu. Garotas à frente não funciona apenas para manter a chama acesa: ele desperta o fogo em você.” 
— Kim Gordon

Sobre a autora:

Sara Marcus é uma escritora e musicista que vive no Brooklyn, em Nova York. Seus textos figuram em publicações como Slate, Time Out New York, The Advocate, The Philadelphia Inquirer e Heeb, na qual ela foi editora de política por cinco anos. Sara possui o título de MFA (Master of Fine Arts) pela Columbia University.


SERVIÇO:

Pussy Riot no festival Garotas à Frente 
Data: 20 de abril de 2019 
Horário: a partir das 16 horas 
Local: Fabrique Club 
Endereço, Rua Barra Funda, 1071 (Barra Funda - SP) 
Ingressos online: R$ 80,00 (1º lote - promocional e estudante), R$ 100,00 (2º lote - promocional e estudante) 
Censura: 12 anos


Agradecimento: Erick Tedesco - Powerline

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