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Glam Fest BR - Carioca Club - São Paulo/SP - 17 de março de 2024
Por Alexandre Veronesi
Fotos gentilmente cedidas por @caoliveira.photo / @metalnalata / @jzpressassessoria
O pequeno cenário Hard Rock do Brasil ainda respira. Foi o que pudemos comprovar no último dia 17 de Março, durante a edição de estreia do Glam Fest BR - ocorrida no Carioca Club, em São Paulo - evento que ousou ao escalar três atrações internacionais de um gênero que (injustamente) não figura dentre os mais populares em nosso país: CRAZY LIXX, PRETTY BOY FLOYD e STEVIE RACHELLE. A abertura ficou a cargo do GOATEN.
Infelizmente, devido a (nada surpreendentes) problemas no sistema de transporte público da capital, não consegui chegar a tempo de conferir a apresentação do GOATEN, banda formada em 2018 na cidade de Vale dos Sinos, Rio Grande do Sul. Mas, devo citar que o trio, composto por Francis Lima (vocal e baixo), Daniel Limas (guitarra) e Rafael DrinkWine (bateria), executa um Heavy Metal aos moldes tradicionais, bastante vigoroso, e que com certeza vale a atenção do leitor.
Às 18hs, pontualmente, subia ao palco a primeira atração além-mar do dia: STEVIE RACHELLE, frontman e líder do icônico Tuff. Acompanhado pelos brasileiros Leo Gonn (guitarra), Bento Mello (baixo) e Gabs Haddad (bateria), o simpático cantor iniciou seu set com "God Bless This Mess" e "In Dogs We Trust", ambas do álbum "Fist First", de 1994. O repertório foi quase que totalmente focado em canções do Tuff - exceto pelo ótimo cover de "You've Got Another Thing Comin'", do Judas Priest - sendo assim, fomos agraciados com pérolas do calibre de "Ruck A Pit Bridge", "Good Guys Wear Black", "I Hate Kissing You Goodbye" (confesso que não é do meu agrado, mas a balada foi um sucesso e teve o seu videoclipe intensamente veiculado na MTV durante o início dos anos 90), "So Many Seasons", "Summertime Goodbye" e "The All New Generation", contando com performances inspiradas dos músicos, inclusive por parte de RACHELLE, que mantém sua voz em grande forma nos dias atuais. E por falar nele, mesmo com a lotação da casa bastante reduzida (visto que o público ia chegando aos poucos), o vocalista esbanjava alegria desde o começo, interagindo e "provocando" a audiência a todo momento, em uma bela demonstração de profissionalismo. Um excelente show, que só não foi cabal porque o encerramento se deu com a terrível "American Hair Band", uma desastrosa colagem de "Sad But True" (Metallica), "Sweet Child O' Mine" (Guns N' Roses), "Dr. Feelgood" (Mötley Crüe) e Hip Hop que, por alguma razão que jamais conseguirei entender, caiu nas graças dos fãs - e que poderia ter sido substituída por "Lonely Lucy", "Tied To The Bells", ou literalmente qualquer outra do catálogo primordial do grupo estadunidense. Ainda assim, não tirou de forma alguma o brilho da ótima atuação de STEVIE RACHELLE e sua trupe.
SETLIST:
01 - God Bless This Mess
02 - In Dogs We Trust
03 - Ruck A Pit Bridge
04 - Good Guys Wear Black
05 - I Hate Kissing You Goodbye
06 - So Many Seasons
07 - Summertime Goodbye
08 - You've Got Another Thing Comin' [Judas Priest cover]
09 - The All New Generation
10 - American Hair Band
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Na sequência, era chegado o momento do PRETTY BOY FLOYD incendiar o Carioca Club. Com visual extravagante e um caloroso clima de festa, Steve "Sex" Summers (voz), Dizzy Aster (guitarra), DieTrich Thrall (baixo) e Nick Mason (bateria) mostraram, logo de cara, que entregariam tudo aquilo que fora prometido, abrindo com "Your Mama Won't Know" e a sua tradicional releitura de "Toast Of The Town", do Mötley Crüe. "Leather Boyz With Electric Toyz", de 1989, é um registro aclamado pelos entusiastas do estilo ao redor do mundo, e a apresentação da emblemática faixa-título decorreu no mais próximo que tivemos de uma catarse. Por óbvio, o setlist foi majoritariamente baseado no referido debut album, então não poderiam faltar as sacanas "Rock And Roll (Is Gonna Set The Night On Fire)", "48 Hours", "Rock And Roll Outlaws" e "The Last Kiss", além das baladinhas "Wild Angels" e "I Wanna Be With You". Completando a lista da noite, Tivemos "Good Girl Gone Bad" (originalmente presente no EP "A Tale Of Sex, Designer Drugs, And The Death Of Rock N' Roll", de 1998), "Restless" e "Saturday Night" (do meio álbum, meio coletânea "Porn Star", que foi lançado em 1999). Uma performance matadora, repleta de carisma, grande presença de palco - especialmente por parte de Summers e Aster - e Hard Rock de alto nível.
SETLIST:
01 - Your Mama Won't Know
02 - Toast Of The Town [Mötley Crüe cover]
03 - Leather Boyz With Electric Toyz
04 - Rock And Roll (Is Gonna Set The Night On Fire)
05 - Wild Angels
06 - Good Girl Gone Bad
07 - 48 Hours
08 - Rock And Roll Outlaws
09 - The Last Kiss
10 - I Wanna Be With You
11 - Restless
12 - Saturday Night
Foto: @caoliveira.photo / @metalnalata / @jzpressassessoria |
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Poucos minutos passados das 20h30, as luzes se apagaram e a introdução "Final Fury" soou nos PA's. Essa foi a deixa para Danny Rexon (vocal), Chrisse Olsson (guitarra), Jens Lundgren (guitarra), Jens Anderson (baixo) e Joél Cirera (bateria) tomarem o local de assalto, mandando "Whiskey Tango Foxtrot", de seu disco "Riot Avenue" (2012). O CRAZY LIXX é um grupo oriundo de Malmö, fundado no já longínquo ano de 2002, e que compõe a nova onda do Hard Rock sueco, principal responsável pela revitalização do estilo, ao lado de nomes como H.E.A.T, Eclipse e Crashdïet. Seguindo com o espetáculo, tivemos "Hell Raising Women", "Rock And A Hard Place" e "XIII", com direto ao frontman vestindo a máscara de hóquei característica do vilão Jason Voorhees - além de uma faca acoplada ao microfone - visto que a música aborda a aclamada franquia de filmes de terror "Sexta-Feira 13". A implacável dobradinha "Silent Thunder" e "Rise Above" (duas das prediletas deste que vos fala) precedeu o único cover apresentado pela banda na noite, "Sword And Stone", dos alemães do Bonfire, regravada pelo CRAZY LIXX em seu recém-lançado "Two Shots At Glory".
A energia emanada pelo quinteto em cima do palco é intensa e contagiante, afora o apuro técnico e precisão na execução das canções, tornando impossível a tarefa de apontar qualquer destaque individual. É aquele bom e velho exemplo do coletivo que se funde em uma unidade sólida e 100% coesa.
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Trazendo uma tracklist bastante diversificada, capaz de abranger praticamente todas as fases de sua carreira, o grupo prosseguiu com "Girls Of The 80's", a boa balada "Walk The Wire", "Wild Child", "Two Shots At Glory", e as clássicas "Blame It On Love" e "21 'Til I Die", finalizando assim o set regular. Sem enrolação e nem tempo a perder, os suecos retornaram rapidamente para o encore - com Rexon hasteando uma enorme bandeira do Brasil - no qual foram executadas as indispensáveis "Anthem For America" e "Never Die (Forever Wild)", para delírio e derradeiros suspiros dos fãs, que sem dúvidas saíram de alma lavada após tão memorável espetáculo.
SETLIST:
01 - Whiskey Tango Foxtrot
02 - Hell Raising Women
03 - Rock And A Hard Place
04 - XIII
05 - Silent Thunder
06 - Rise Above
07 - Sword And Stone [Bonfire cover]
08 - Girls Of The 80's
09 - Walk The Wire
10 - Wild Child
11 - Two Shots At Glory
12 - Blame It On Love
13 - 21 'Til I Die
14 - Anthem For America
15 - Never Die (Forever Wild)
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Em suma, é justo afirmar que, ao menos pelo prisma do público - que lamentavelmente não compareceu em peso - o festival foi um enorme sucesso, e dito isso, não tenho como deixar de parabenizar a Dark Dimensions e cada um dos envolvidos na produção, afinal, nos foi entregue um evento com grandes bandas, ótima qualidade de som, e cronograma cumprido à risca. Agora só resta torcer para que o Glam Fest BR se torne uma constante no calendário paulistano.
Agradecimentos à Dark Dimensions e JZ Press pelo credenciamento e Carioca Club pela atenção.
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