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17 de março de 2023

UMA DÉCADA SEM CHORÃO, 10 ANOS SEM CHARLIE BROWN JR.

Foto: Divulgação


Por Tiago Zonatto


Buenas, buenas, Nação Rock’n Roll!!!

Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão, era um jovem com milhões de ideias, carregado de todas influências possíveis dentro do meio underground, transitando pelo skate, rock, hip hop e arte de rua. 

Chorão nasceu em São Paulo e teve uma infância complicada, principalmente após a separação dos pais. Na adolescência,  foi para Santos, onde interrompeu os estudos e encontrou no skate sua primeira paixão. Começou em um shape velho com rodinhas de patins, logo se destacou, entrou para um grupo e passou a competir em grandes eventos, chegando a ocupar ótimas posições ainda que usando tênis e equipamentos inferiores aos seus concorrentes. 

O interesse por música surgiu na mesma época por meio de discos que Chorão colecionava  apesar das dificuldades financeiras. Suicidal Tendencies, Garotos Podres e Ratos de Porão, eram algumas das referências para o cantor.

Foto: Reprodução


Antes de ingressar na carreira, Chorão chegou a trabalhar como corretor de imóveis em duas imobiliárias sendo uma delas de seu pai, mas não levava jeito para o negócio, por isso era constantemente demitido. Marcado também por ser um cara briguento, Chorão foi preso algumas vezes por se envolver constantemente em confusões, até mesmo com a polícia.

Em 1992, depois do nascimento do seu filho, Chorão se afastou um pouco do skate e passou a se dedicar de vez na carreira musical, junto dos amigos (Marcão - guitarra, Thiago Castanho - guitarra, Champignon - baixo e Renato Pelado - bateria) formou a banda que futuramente viria a ser uma das maiores referências não só do rock nacional mas principalmente da cultura popular brasileira. Surgia o “Charlie Brown Jr.”

A banda santista começava a ganhar destaque no cenário nacional por conta da atitude e irreverência, fazendo a banda atingir seu auge com o hit “Te Levar”, trilha sonora de abertura da série-novela Malhação, transmitida pela Rede Globo, o que despertava ainda mais engajamento e popularidade com o público jovem.  A trilha de abertura foi a que ficou mais tempo no ar e foi substituída por outro sucesso da banda, Lutar Pelo que é Meu, que ficou por apenas um ano como tema principal.  

O Charlie Brown Jr. passou ao longo do tempo por diversas mudanças em sua formação, com idas e vindas de diversos músicos, ocasionadas por brigas internas, até mesmo entre os principais nomes da banda:  Chorão e Champignon.

Em quase 21 anos de história, foram 10 álbuns de estúdio, três versões ao vivo, com destaque para o Acústic MTV, que é considerado por muitos, um dos melhores discos no seguimento “Unplugged”. 

Em 2013, a notícia que ninguém esperava, aos 42 anos, Chorão foi encontrado morto em seu apartamento na cidade de São Paulo, após alto consumo de drogas. Com a morte do vocalista, fãs se mobilizaram para realizar homenagens e tributos pelo Brasil e uma possível continuidade da banda chegou a ser especulada, mas com Champignon assumindo os vocais. Seis meses depois, o baixista também foi encontrado morto em seu apartamento. Um suicídio após uma crise de depressão.

Encerrava ali o ciclo de uma das maiores bandas nacionais de todos os tempos, que até hoje influencia inúmeras gerações pelo país.

O Charlie Brown Jr. deixa saudades, mas o legado de Chorão e companhia permanecem cada vez mais firmes em todas as gerações que surgem em busca de revolucionar o cenário underground no país.


Somos poucos, mas somos loucos” 

Alexandre Magno Abrão, o Chorão.

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