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3 de agosto de 2025

Uma vida de desafios e viagens, os expositores do Brasil no Capital Moto Week

Foto: Fabricius Costa



Por Fabricius Costa


O maior encontro de motos e rock da América Latina, o Capital Moto Week caminha para sua reta final e as pistas que cobrem o evento se mostram palco de muitas vivências diferentes além das motos e da música. Na avenida principal do evento, uma outra engrenagem gira forte: a dos expositores, que transformam o evento em seu sustento, ano após ano. Entre barracas de camisetas, artigos de rock e histórias, encontrei Simone Alves, uma guerreira que já está na caminhada de expor em eventos de motociclismo há 18 anos.

Simone Alves está no oitavo Capital Moto Week consecutivo e não à toa. Natural de Saquarema, no Rio de Janeiro, ela faz parte da Associação de Expositores do Brasil, grupo que circula por diferentes eventos de motociclistas, e vende camisetas, acessórios e itens que carregam o espírito do rock na estampa e nas entrelinhas. “Não participo de outro tipo de evento, exponho para os motociclistas e roqueiros!

Simone passou por muitos cantos do país e já viveu quase como nômade em eventos no nordeste, onde ia participando de eventos diversos passando de cidade em cidade enquanto aproveitava as maravilhas do país entre os eventos. Foi assim, com o pé na estrada, que ela construiu sua trajetória até encontrar no Moto Week um dos seus grandes palcos.

Apesar do aumento no público em 2025, ela conta que o movimento nas vendas não acompanhou o mesmo ritmo. “Ano passado, no show do Sepultura, fiquei até 3h30 da manhã vendendo. Esse ano, as camisetas do Ozzy (Osbourne) acabaram rápido, mas no geral o fluxo foi mais devagar”, comentou. E ela não está sozinha, outros expositores também sentiram uma diferença nas vendas.

Foto: Fabricius Costa


Mesmo assim, ela segue animada. “O final de semana é sempre aquele gás. É quando o público realmente chega para consumir. Durante a semana, a gente vai devagar. Mas eu deixo minha loja toda arrumadinha, coloco as camisetas mais chamativas, separo por tipo de camiseta e tento fazer o que posso.” Simone já tentou vender peças bordadas, mas foi com as camisetas que encontrou seu lugar e aposta em estampas que conversam com o universo do rock, item certo para quem passa pelos corredores da feira.

Durante nossa conversa, Simone contou como funciona a logística por trás da chegada de todas essas pessoas ao festival e chegou a um nome que logo se juntou a nós: Moisés Assis. Ele é o diretor da Associação de Expositores e está nessa função desde 2004. É sempre o primeiro a chegar e, geralmente, o último a sair. Cuida de toda a estrutura logística dos expositores, desde a organização dos espaços, até o apoio financeiro e material necessário para que cada vendedor consiga montar sua tenda, pagar as taxas e trabalhar com dignidade. É com ele que muitos contam quando o perrengue bate.

O Moisés é o coração disso aqui”, dizem os lojistas. E é fácil entender o porquê. No meio da correria, ele encontra tempo para resolver diferentes demandas enquanto comanda uma das tendas também. Maratonista, professor de educação física, fisioterapeuta e militar reformado, Moisés tem diferentes faces e encontra nas exposições e eventos sua paixão. “Gosto de viajar o Brasil todo com os eventos e já tenho programado o ano todo antes mesmo de começar!

A rotina, claro, vai muito além das vendas. Durante os dias de evento, os expositores arcam com a própria alimentação, o que já exige jogo de cintura. E ainda existem algumas limitações: não é permitido entrar com refrigerante, comida de fora ou pedir delivery, o que torna tudo um pouco mais apertado. Mas, como diz Simone, quem vive disso já aprendeu a se virar e aproveitar apesar das adversidades.

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