De Papo Com...Hugo Mariutti

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Por: Mayara Abreu 

Agradecimento: ForMusic

Hugo Mariutti fala sobre o novo álbum This Must Be Wrong e reflete sobre sua trajetória

Com mais de três décadas dedicadas à música, o guitarrista e compositor Hugo Mariutti acaba de lançar This Must Be Wrong, trabalho que ele descreve como o mais completo de sua carreira solo. Em entrevista à Big Rock N' Roll, o músico falou sobre o processo de criação do disco, as influências que permeiam as novas composições e a importância de abordar temas sensíveis como exaustão e depressão em suas letras.

“Depois do Last Things, eu realmente achei que não faria mais nada. Estava cansado, desanimado. Mas percebi que já tinha mais de 20 músicas escritas e resolvi escolher as melhores e produzir esse álbum. Foi um processo muito especial, em um momento em que eu estava mais animado. Talvez seja o trabalho que mais me deixou feliz em toda a minha carreira solo”, revela Mariutti.

O músico também destacou o desafio de trabalhar sua voz sem alterar os tons originais das músicas: “Eu quis manter o clima de cada composição. Então treinei bastante até encontrar a forma certa de cantar cada faixa. Foi um processo intenso, mas muito natural, que trouxe resultados que me deixaram satisfeito.”

Um lado mais introspectivo

Diferente do metal que marcou boa parte de sua trajetória em bandas como Shaman, Mariutti mergulhou em uma sonoridade mais introspectiva e reflexiva neste novo trabalho. “Esse projeto sempre foi a chance de fazer tudo o que eu não conseguia dentro do metal. Eu ouço muitos estilos diferentes, então quis explorar esse outro lado de forma livre, sem barreiras.”

As letras de This Must Be Wrong abordam temas pessoais e universais, como a pressão social por produtividade, a saúde mental e os desafios emocionais. “Na faixa-título, falo sobre essa cobrança constante que esgota fisicamente e psicologicamente. Já em Out of Time, trago a questão da depressão, algo que já enfrentei. É importante falar disso para mostrar que todos passamos por dificuldades e que buscar ajuda não é frescura”, destacou.

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Reconhecimento e influências

Eleito diversas vezes entre os melhores guitarristas do Brasil e até do mundo, Hugo encara o reconhecimento com humildade. “Acho super legal, mas nunca me vi como um Guitar Hero. Me sinto muito mais realizado como compositor do que fazendo um solo impossível. Sempre quis ser alguém importante para a banda, para o coletivo.”

No show de lançamento no Sesc Santo Amaro, Hugo apresentou músicas de seus quatro álbuns solo e versões de artistas como The Smiths e New Order, evidenciando suas influências ligadas ao britpop e à música alternativa. Entre suas referências atuais, ele cita bandas como o irlandês Fontaines D.C.

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Próximos passos

Embora já tenha muitas composições guardadas, Mariutti afirma estar focado na divulgação do novo álbum e em sua turnê. “Estou 100% mergulhado nesse trabalho. Sei que em breve vou começar a criar coisas novas, porque isso é natural para mim. Cada disco é a chance de fazer algo diferente, de incorporar novas referências.”

Com This Must Be Wrong, Hugo Mariutti reafirma sua versatilidade e entrega um trabalho que dialoga tanto com sua trajetória quanto com reflexões atuais, consolidando ainda mais sua relevância no cenário musical brasileiro.

Confira o bate-papo na íntegra: