Big Rock N' Roll - Pensou em rock, pensou Big Rock!: Album Reviews: Korpiklaani

Foto: Divulgação
Gravadora: Nuclear Blast / Shinigami Records

Por: Alexandre Veronesi - Colaborador Big Rock N' Roll

A longeva história do ícone do Folk Metal KORPIKLAANI teve início em 1993. Inicialmente batizada de Shamaani Duo, a banda teve, tempos mais tarde, seu nome alterado para Shaman, sendo que o título definitivo viria a ser obrigatoriamente cunhado no ano de 2003, por culpa de seu então "xará" brasileiro que, creio eu, dispensa qualquer tipo de apresentação.

O grupo finlandês é conhecido por sua ampla frequência, com lançamentos constantes - estúdio e ao vivo - e um sem-número de turnês ao redor do globo (incluindo quatro passagens pelo Brasil). "Jylhä", disponibilizado mundialmente em Fevereiro de 2021, via Nuclear Blast, é o 11º álbum de estúdio dos caras (isso se não considerarmos os dois que foram lançados sob o nome Shaman). Quanto ao line-up, permanece sem alterações desde 2019, tendo Jonne Järvelä e Cane - vocal/multi-instrumentista e guitarrista, respectivamente - como os únicos membros originais. Completam a formação: Jarkko Aaltonen (baixo), Samuli Mikkonen (bateria), Tuomas Rounakari (violino) e Sami Perttula (acordeon).

Contando com - praticamente - a mesma equipe técnica responsável por seu predecessor ("Kulkija", de 2018), a bolacha apresenta um bom nível de gravação, mixagem e masterização, sendo o design de som, como um todo, bastante cristalino e agradável aos ouvidos, cumprindo as expectativas básicas. Quanto ao repertório, temos aqui 13 peças que, somadas, totalizam pouco mais de 60 minutos, a qual considero excessiva, sendo que a segunda metade da audição traz características muito similares àquelas apresentadas logo antes, o que torna a experiência final um tanto quanto exaustiva. Já a sonoridade característica do grupo, que funde Heavy, Power, Folk Metal e música tradicional celta - com destaque para as interessantes linhas de violino e acordeon - além de pontuais passagens mais extremas, permanece por pouco intacta, dosando de forma mais coesa o despojo e a sobriedade, elementos que alternam-se, na maior parte do tempo, de forma fluida e orgânica. Prova disso são as boas "Verikoira", "Mylly", "Tuuleton" e "Sanaton maa", ao passo que faixas como "Leväluhta", "Huolettomat" e "Pidot" mostram que o sexteto ainda domina a arte de compor canções altamente festivas e burlescas.

Em suma, "Jylhä" está longe de ser um disco obrigatório na prateleira do "headbanger" tradicional. Ainda assim, é uma boa pedida não só para os fãs e apreciadores do KORPIKLAANI ou de seu subgênero, mas também aos incautos que almejam adentrar o universo místico e folclórico no qual a banda finlandesa reina absoluta. O material se encontra disponível em mídia física no Brasil, no formato CD, lançado por intermédio da parceria Nuclear Blast / Shinigami Records.